Famílias protagonistas para aplicar a “Amoris Laetitia”
Francisco fez à nossa reportagem uma síntese deste encontro assinalando cinco pontos fundamentais como conclusão dos trabalhos: este é o tempo de agir; já há muitas experiências no terreno, as famílias têm que ser protagonistas da pastoral familiar, a formação é fundamental e deve ser dada uma atenção especial aos avós e idosos.
“É difícil fazer uma síntese do que foi este Fórum. De qualquer forma, cinco pontos: o primeiro é que chegou o tempo de agir. A “Amoris Laetitia” foi lançada há cinco anos, houve um momento de muita discussão, depois um período de análise das propostas pastorais e agora o Dicastério lançou um desafio de aplicar massivamente nas dioceses e nos movimentos as linhas pastorais da “Amoris Laetitia”. E chegou esse momento. O ponto dois é que muita coisa já foi feita e este Fórum serviu para mostrar as fantásticas experiências que têm sido realizadas e implementadas em dioceses dos cinco continentes. O terceiro ponto que é o foco essencial deste “Ano Família Amoris Laetitia” é que as famílias têm que se tornar protagonistas da pastoral familiar. Há um magistério pastoral para as famílias. Quarto ponto: a formação. A formação de namorados e noivos em caminho para o matrimónio. Foi-nos proposto aplicar quase um caminho catecumenal em direção ao matrimónio. Algo com uma duração de um ou dois anos, quase como uma preparação para o crisma ou batismo, mas também a formação dos casais que são agentes da pastoral familiar. E por último, muito importante, uma atenção especial aos idosos, aos avós e pessoas com incapacidades” – declarou Francisco Pombas.
Do trabalho já realizado em Portugal, Isabel referiu que o departamento nacional lançou em dezembro de 2020 um questionário às estruturas diocesanas sobre a aplicação da Exortação “Amoris laetitia”.
“Desse questionário apuramos que existem em todas as dioceses e pastorais do país a preparação imediata para o casamento que está a ser liderada por casais. Existe também o acompanhamento de famílias em crise com gabinetes de apoio em várias dioceses e vamos tentar alargar a todo o país. Existem também gabinetes de apoio ao discernimento dos casais em segundas uniões. A falha maior que detetamos foi a pastoral dos idosos. As pastorais ainda não estão muito alerta para esta situação. No entanto, no Dia Mundial dos Avós que será a 25 de julho vamos dar ênfase a esse tema para que os idosos sejam integrados nas pastorais” – informou Isabel Pombas.
Comentando este evento, Ângelo Soares, que é responsável pela pastoral familiar na diocese do Porto, disse à nossa reportagem que há já trabalho a ser feito nas dioceses e apontou alguns aspetos importantes sobre a aplicação da Exortação Apostólica “Amoris Laetitia” nas comunidades, com destaque para a necessidade de uma “preparação a sério do matrimónio”.
“Eu diria que é preciso continuar o que já se está a fazer. Mas há aspetos que são fundamentais. Um é a preparação a sério do matrimónio. Com prudência, mas com algum equilíbrio temos que olhar para o matrimónio de uma forma corajosa de maneira que os matrimónios sejam esclarecidos e assumidos e não apenas para o social. Promover também grupos de famílias “Amoris Laetitia”, grupos de famílias que reflitam, que rezem, que conversem e se entreajudem, quer através dos movimentos quer através das comunidades paroquiais. Um terceiro aspeto é a questão do discernimento. A oportunidade de discernimento não está a ser tão aproveitada no caso das situações irregulares. E compete às comunidades locais, que conhecem as pessoas e as situações, convidar as pessoas a assumir as suas situações e a fazerem esse processo de discernimento. E um último aspeto é promover e insistir para que as famílias sejam cuidadoras das famílias” – comentou Ângelo Soares.
O “Ano Família Amoris Laetitia”, convocado pelo Papa Francisco decorre até à celebração do X Encontro Mundial das Famílias que está previsto para Roma no final do mês de junho de 2022. Um tempo favorável para a pastoral familiar.
Que Jesus Cristo seja louvado
Fonte Vatican News